domingo, 24 de julho de 2016

Um escândalo na tribo de Judá


Um escândalo na tribo de Judá 
...  amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
(Josué 7)


Quando um membro do corpo padece, todo corpo padece junto com ele (I Cor 12:26). Isso porque o corpo é um sistema formado por diferentes membros que desempenham diferentes funções, mas que juntos são um só. Dessa forma, através da  integração e da cooperação entre si, os membros de um corpo o fazem funcionar conforme o princípio de unidade “um por todos e todos por um”.

Nesse caso, quando um membro causa sofrimento ao corpo e perde a capacidade de se integrar e de cooperar, ele deve ser removido junto com todas as suas ligações ao corpo. A remoção de um membro é sempre dolorosa, mas é necessário salvar o resto do corpo e preservar a sua unidade.

Nos tempos do grande líder Josué, os israelitas guerreavam contra várias cidades para ocupar a terra prometida e, mesmo nos combates mais difíceis, pela mão do Senhor, eles venciam. As fabulosas vitórias dos israelitas, porém, só eram conquistadas porque, sob a orientação de Deus e sob a liderança de Josué, formavam uma unidade forte de combate.

Para manter essa unidade forte, Deus ordenou que os israelitas não tomassem para eles as coisas abomináveis dos povos pagãos obtidas nas vitórias de guerras. Caso o fizessem, trariam maldição para todo o povo. Portanto, os despojos da guerra deveriam ir para os tesouros do Senhor. Além disso, na própria lei de Moisés, Deus já havia orientado o povo a não trazer coisas abomináveis para dentro de casa para que não trouxesse maldição para si mesmos (Dt.7:26).

Pelas vitórias que tiveram, os israelitas já estavam convencidos de sua força guerreira. A próxima conquista seria a insignificante cidade de Ai. Mas, para vexame dos israelitas, eles perderam a batalha contra a fraca Ai. Humilhados, os guerreiros fugiram.

Josué, inconformado com a derrota, rasgou as próprias vestes, prostrou-se diante da arca do Senhor e, junto com os anciãos de Israel, colocou pó sobre a cabeça, em sinal de profunda tristeza. Com muitas lamentações, eles questionaram por que Deus permitiu tamanha derrota aos filhos de Israel.

Deus falou a Josué para levantar-se e explicou-lhe que a causa da derrota foram os pecados de tomarem e roubarem coisas amaldiçoadas dos despojos de guerra e mentirem. Tais pecados fizeram a unidade entre Deus e o seu povo ser rompida, e a conseqüência foi a derrota em Ai.

Após ser santificado, no dia seguinte, o povo foi reunido diante do Senhor para que Ele revelasse onde estavam as coisas amaldiçoadas. A sorte caiu sobre a tribo de Judá. Uma vez que Raabe e sua família passaram a viver entre os isaelitas e se tornou esposa de Salmon, filho de Naason, líder de Judá, certamente devem ter despertado as primeiras suspeitas, já que ela era Cananéia e tinha um passado de prostituições. 

Mas as sortes lançadas apontaram para uma outra família de Judá, a família  de Zinri e, dessa família, descobriu-se que Acã  era o vilão que se apossara dos tesouros pertencentes a Deus e fez seu povo perder uma batalha.

Acã reconheceu que pecou contra o Senhor e detalhou a  sequência do seu pecado: ver, cobiçar, tomar e esconder uma capa babilônica, ouro e prata. Os mensageiros de Josué foram à tenda de Acã e lá acharam as coisas condenadas.

Acã, sua família, os seus animais, as coisas abomináveis que ele roubou e tudo o que ele tinha foram levados para o Vale de Acor, onde foram apedrejados, queimados e mortos. Todos pagaram por um. Assim se apagou a ira do Senhor sobre Israel, o pecado foi removido,  a unidade foi restabelecida e o povo voltou a ter vitórias em suas missões de conquista da terra prometida.

Na história de conquista da terra prometida, a prostituta Raabe sabendo que sua cidade seria destruída lutou para ser salva e ter uma nova vida com sua família entre o povo de Deus. Já Acã, que fazia parte de uma família importante do povo de Deus em Judá, sabendo que lançar mão dos tesouros do Senhor traria maldição sobre si, sobre sua família e sobre o seu povo, agiu de forma egoísta e contra a santidade de Deus. Ao pecar, por opção, Acã excluiu a si mesmo e todos os seus familiares da salvação de Deus, levando-os consigo para a condenação da morte.

Reflexão

Acã, ao roubar coisas que pertenciam Senhor, trouxe maldição para sua casa e para todo o povo. Todos perderam uma guerra por causa dele. Em Josué 7:11, o tomar coisa abominável, o furtar e o mentir não foram associados só a Acã, mas a toda a sua família. Possivelmente, os da sua casa, foram coniventes com ele. Por outro lado, em tempos de guerra, deixar viva a família de Acã poderia significar futuras retaliações de vingança e rebeliões, o que comprometeria a unidade do povo. 

Todos por causa de um foram prejudicados, inclusive a casa de Acã. Acã sabia disso, como todo o povo, ele  foi avisado (Js 6:18-19). Ele deveria pensar pelo menos em sua família, já que todos seriam condenados por causa dele.

Em uma comunidade devemos, portanto, ter senso de responsabilidade e de cooperação, pois um desejo ou uma palavra egoísta podem trazer danos a si mesmo e àqueles que lhe são próximos.

Atividades

1– Qual foi a sequência do pecado de Acã? Como você associa essa seqüência aos pecados cometidos nos tempos

2 – Como, nos dias atuais, as pessoas trazem coisas amaldiçoadas para dentro de casa?

3 – Como você associa a remoção de uma parte do corpo  doente e suas ligações à história de Acã?

4 - Acã confessou o seu pecado. Por que não foi perdoado? Deus não é misericordioso?

Um escândalo na tribo de Judá


Um escândalo na tribo de Judá 
...  amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
(Josué 7)


Quando um membro do corpo padece, todo corpo padece junto com ele (I Cor 12:26). Isso porque o corpo é um sistema formado por diferentes membros que desempenham diferentes funções, mas que juntos são um só. Dessa forma, através da  integração e da cooperação entre si, os membros de um corpo o fazem funcionar conforme o princípio de unidade “um por todos e todos por um”.

Nesse caso, quando um membro causa sofrimento ao corpo e perde a capacidade de se integrar e de cooperar, ele deve ser removido junto com todas as suas ligações ao corpo. A remoção de um membro é sempre dolorosa, mas é necessário salvar o resto do corpo e preservar a sua unidade.

Nos tempos do grande líder Josué, os israelitas guerreavam contra várias cidades para ocupar a terra prometida e, mesmo nos combates mais difíceis, pela mão do Senhor, eles venciam. As fabulosas vitórias dos israelitas, porém, só eram conquistadas porque, sob a orientação de Deus e sob a liderança de Josué, formavam uma unidade forte de combate.
Para manter essa unidade forte, Deus ordenou que os israelitas não tomassem para eles as coisas abomináveis dos povos pagãos obtidas nas vitórias de guerras. Caso o fizessem, trariam maldição para todo o povo. Portanto, os despojos da guerra deveriam ir para os tesouros do Senhor. Além disso, na própria lei de Moisés, Deus já havia orientado o povo a não trazer coisas abomináveis para dentro de casa para que não fossem amaldiçoados (Dt.7:26).

Pelas vitórias que tiveram, os israelitas já estavam convencidos de sua força guerreira. A próxima conquista seria a insignificante cidade de Ai. Mas, para vexame dos israelitas, eles perderam a batalha contra a fraca Ai. Humilhados, os guerreiros israelitas fugiram.


Josué, inconformado com a derrota, rasgou as próprias vestes, prostrou-se diante da arca do Senhor e, junto com os anciãos de Israel, colocou pó sobre a cabeça, em sinal de profunda tristeza. Com muitas lamentações, eles questionaram por que Deus permitiu tamanha derrota aos filhos de Israel.

Deus falou a Josué para levantar-se e explicou-lhe que a causa da derrota foram os pecados de tomarem e roubarem coisas amaldiçoadas dos despojos de guerra e mentirem. Tais pecados fizeram a unidade entre Deus e o seu povo ser rompida, e a conseqüência foi a derrota em Ai.

Após ser santificado, no dia seguinte, o povo foi reunido diante do Senhor para que Ele revelasse onde estavam as coisas amaldiçoadas. A sorte caiu sobre a tribo de Judá. Uma vez que Raabe e sua família passaram a viver entre os isaelitas e se tornou esposa de Salmon, filho de Naason, líder de Judá, certamente devem ter despertado as primeiras suspeitas, já que ela era Cananéia e tinha um passado de prostituições. 

Mas as sortes lançadas apontaram para uma outra família de Judá, a família  de Zinri e, dessa família, descobriu-se que Acã  era o vilão que se apossara dos tesouros pertencentes a Deus e fez seu povo perder uma batalha.

Acã reconheceu que pecou contra o Senhor e detalhou a  sequência do seu pecado: ver, cobiçar, tomar e esconder uma capa babilônica, ouro e prata. Os mensageiros de Josué foram à tenda de Acã e lá acharam as coisas condenadas.

Acã, sua família, os seus animais, as coisas abomináveis que ele roubou e tudo o que ele tinha foram levados para o Vale de Acor, onde foram apedrejados, queimados e mortos. Todos pagaram por um. Assim se apagou a ira do Senhor sobre Israel, o pecado foi removido,  a unidade foi restabelecida e o povo voltou a ter vitórias em suas missões de conquista da terra prometida.

Na história de conquista da terra prometida, a prostituta Raabe sabendo que sua cidade seria destruída lutou para ser salva e ter uma nova vida com sua família entre o povo de Deus. Já Acã, que fazia parte de uma família importante do povo de Deus em Judá, sabendo que lançar mão dos tesouros do Senhor traria maldição sobre si, sobre sua família e sobre o seu povo, agiu de forma egoísta e contra a santidade de Deus. Ao pecar, por opção, Acã excluiu a si mesmo e todos os seus familiares da salvação de Deus, levando-os consigo para a condenação da morte.

Reflexão

Acã, ao roubar coisas que pertenciam Senhor, trouxe maldição para sua casa e para todo o povo. Todos perderam uma guerra por causa dele. Em Josué 7:11, o tomar coisa abominável, o furtar e o mentir não foram associados só a Acã, mas a toda a sua família. Possivelmente, os da sua casa, foram coniventes com ele. Por outro lado, em tempos de guerra, deixar viva a família de Acã poderia significar futuras retaliações de vingança e rebeliões, o que comprometeria a unidade do povo. 

Todos por causa de um foram prejudicados, inclusive a casa de Acã. Acã sabia disso, como todo o povo, ele  foi avisado (Js 6:18-19). Ele deveria pensar pelo menos em sua família, já que todos seriam condenados por causa dele.

Em uma comunidade devemos, portanto, ter senso de responsabilidade e de cooperação, pois um desejo ou uma palavra egoísta podem trazer danos a si mesmo e àqueles que lhe são próximos.

Atividades

1– Qual foi a sequência do pecado de Acã? Como você associa essa seqüência aos pecados cometidos nos tempos

2 – Como, nos dias atuais, as pessoas trazem coisas amaldiçoadas para dentro de casa?

3 – Como você associa a remoção de uma parte do corpo  doente e suas ligações à história de Acã?

4 - Acã confessou o seu pecado. Por que não foi perdoado? Deus não é misericordioso?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Pela fé da prostituta cananéia


Pela fé da prostituta cananéia 
...  Quem nele crê não é condenado
(Josué 2,3)


Os povos cananeus que habitavam a terra de Canaã antes desta ser conquistada pelos israelitas eram os descendentes de Cão, o filho amaldiçoado de Noé (Gn 10). São exemplos desses povos os jebuseus, os amorreus, os girgaseus, os heveus, os arqueus, os sineus, os arvadeus, os zamareus e os hamateus (Gn 10:15-18). Deus havia prometido a Abraão que a terra habitada pelos cananeus seria dele para sempre e os seus descendentes deveriam destruir todas as nações cananéias da terra prometida. 

Essas nações, porém, foram ameaçadas de extinção não por causa da maldição de Noé contra Cão e seus descendentes ou porque foram excluídos do plano de salvação de Deus, mas porque eram ímpios e praticavam atos abomináveis aos olhos de Deus como sacrificar os próprios filhos aos deuses. No entanto, como, nos tempos do Dilúvio e da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, Deus sempre salvou da morte pessoas que o temeram, que se arrependeram de seus pecados e que quiseram ser salvos pela graça divina. 

Entre os cananeus, na cidade de Jericó, houve  uma mulher prostituta chamada Raabe que, pela sua fé, alcançou de Deus misericórdia e foi salva da morte com toda a sua família.

A tomada de Jericó foi a primeira missão de conquista da terra prometida do novo líder de Israel e sucessor de Moisés, Josué, filho de Num. Para iniciar sua missão, Josué, em segredo, enviou dois espias para ir a Jericó e levantar informações sobre a cidade. O povo não ficou sabendo dessa missão de espionagem possivelmente para que não houvesse rebelião e desânimo em massa como houve entre os israelitas da primeira geração que caiu morta no deserto.


Ao chegarem a Jericó, os espias, estrategicamente para não despertar suspeitas, para levantar mais informações e para sair com facilidade caso fossem descobertos, entraram na casa de uma prostituta chamada Raabe, que morava sobre o muro da cidade. Como os moradores Jericó já estavam alarmados pelo que ouviram dos israelitas, falaram ao rei de Jericó sobre os homens suspeitos que entraram na casa de Raabe naquela noite.

Ao saber da notícia, o rei de Jericó enviou uma ordem para Raabe mandar os espias saírem de sua casa. Mas, Raabe escondeu os espias em sua casa e mandou dizer ao rei que aqueles homens foram embora e que ela não sabia quem eles eram e nem de onde vieram.

Antes que os espias se deitassem, Raabe, pela sua fé e pelo desejo de salvar a si mesma e a sua família, fez um pacto com espias de Josué. Ela lhes revelou que  Israel despertara pânico nas nações vizinhas e em Jericó após derrotarem os reis Seom e Ogue. 

Abrindo o coração, Raabe disse que sabia dos feitos maravilhosos do Senhor na passagem em seco pelo Mar Vermelho e que estava certa de que o Senhor entregaria Jericó nas mãos dos israelitas. Reconhecendo que o Senhor era Deus nos céus e na terra, Raabe apelou para a graça divina, e pediu aos espias para que ela e sua família fossem salvos da destruição de Jericó. 

Os espias firmaram aliança com Raabe e pediram-lhe que atasse um fio cor de sangue para identificar sua casa e para que, vendo o fio, o exército de Israel poupasse as vidas de todos os que estivessem dentro da casa de Raabe.   Dessa forma, como as casas marcadas pelo sangue do cordeiro pascal tiveram seus  primogênitos salvos da morte espalhada pelo destruidor no Egito, quem estava na casa marcada pelo fio cor de sangue, foi salvo da destruição de Jericó.

Para Raabe era tão certo que o Senhor destruiria a cidade de Jericó que, tão logo os espias foram embora,  ela pôs o fio cor de sangue em destaque na sua casa.

Ao contrário dos dez espias que foram enviados a Canaã por Moisés, os dois espias que foram enviados a Jericó por Josué trouxeram um relatório positivo. Eles disseram a Josué que o Senhor lhes daria aquela terra e que os moradores de Jericó estavam apavorados diante do povo de Deus.

Com força, coragem e ânimo, Josué e a nova geração de israelitas atravessaram em seco o Rio Jordão, porque o Senhor o abrira como o fez  com o Mar Vermelho. Para que os descendentes dos israelitas e todos os povos soubessem que a mão do Senhor é poderosa, foram tiradas do meio do Jordão doze pedras. Josué juntou as pedras e as ergueu para trazerem à memória  dos que as vissem que Deus cumpriu sua promessa salvando seu povo da escravidão no Egito e levando-os a uma boa terra.

Antes de entrarem na terra prometida, Josué chamou o povo à santificação. Em Gilgal, os israelitas nascidos no deserto foram circuncidados e celebraram a Páscoa do Senhor trazendo à lembrança a aliança feita com Abraão e seus descendentes e a libertação milagrosa da escravidão do Egito. No dia seguinte à celebração da Páscoa, o povo começou a comer das delícias da terra e  o maná parou de cair do céu.

Uma vez santificados, o povo saiu rumo à conquista da terra prometida. Os povos que ocupavam Canaã souberam que as águas do Jordão secaram-se para dar passagem ao exército de Israel e, por isso, desanimaram e perderam toda a coragem para enfrentar o povo do Senhor.

A cidade de Jericó, já aguardando o ataque dos israelitas, fechou-se: ninguém entrava e ninguém saía. Os israelitas então, sob ordens do Senhor e de Josué, rodearam a cidade de Jericó por seis dias tocando trombetas. No sétimo dia, o povo rodeou a cidade sete vezes, tocaram-se as trombetas e o povo gritou bravamente o grito da vitória. Os muros de Jericó foram abaixo e Josué ordenou que salvassem a prostituta Raabe e a sua família, pois ela escondera os espias em sua casa. 

Toda a cidade de Jericó foi destruída, mas sobreviveu quem estava na casa marcada com o fio  cor de sangue e que, junto com Raabe, escolheu ser salvo.

Depois da destruição de Jericó, Raabe e sua família passaram a viver entre os israelitas como parte do povo de Deus. Ela foi inserida na tribo de Judá e  se casou com Salmon, filho Naason, líder da tribo de Judá. 

Com Salmon, Raabe deu à luz Boaz, que se casou com uma moabita chamada Rute, que foi bisavó do rei Davi, de quem procedeu a linhagem real do Messias.
Raabe, junto com Tamar, Rute, a mulher de Urias (Batseba) e Maria, mãe de Jesus, são as únicas mulheres mencionadas na genealogia de Jesus (Mateus 1:50). Depois disso,  mesmo com seu rótulo de prostituta, Raabe recebeu destaque na galeria dos heróis da fé na carta aos Hebreus: “pela fé a prostituta Raabe, por ter acolhido os espias,não foi morta com os que haviam sido desobedientes” (Hb 11: 31).

A história de Raabe nos demonstra que não há excluídos no plano de salvação de Deus e que o Senhor honra aqueles que o temem, ainda que sejam como nada na sociedade em que vivem. A cidade de Raabe estava condenada à destruição, mas ao contrário das pessoas que morreram no dilúvio e na destruição de Sodoma e Gomorra, mesmo sendo uma vil pecadora, teve fé em Deus e escolheu ser salva junto com a sua família. Pela fé de Raabe, entendemos que pela graça somos salvos por meio da fé, que isto não vem de nós, mas é dom de Deus (Ef. 2:8).

Reflexão

Abraão creu na promessa de formar uma grande nação e ser herdeiro eterno de uma terra que mana leite e mel. Uma geração inteira dos descendentes de Abraão que  viram grandes sinais do poder, da graça e do amor de Deus caiu morta no deserto porque desistiu da promessa. Apenas dois homens dessa geração, Josué e Calebe, creram, lutaram e conquistaram a terra prometida. De uma cidade inteira de pecadores, condenados à destruição, uma mulher prostituta, que apenas ouviu falar das maravilhas de Deus, crê nele e na sua promessa de que a terra em que ela estava seria de Israel. Mas em vez de aceitar a condenação, ficar sob a maldição de Cão e ser destruída para sempre, Raabe escolheu permanecer na terra prometida,  fazer parte do povo de Deus e colocar seu nome para sempre na história do plano de salvação de Deus como uma das mães da linhagem de Jesus, o filho de Deus.

Atividades

1.       Raabe mentiu ao dizer para o rei de Jericó que os espias não estavam mais na casa dela. Você acha que Deus usaria uma mentira para cumprir sua promessa? Raabe mereceria honra por ter mentido?  O que realmente foi reconhecido por Deus nas atitudes de Raabe?


2. Raabe foi salva da morte, mas sendo Cananéia, deveria ter ido para outro lugar, mas passou a viver no meio dos israelitas. Por que Deus permitiu que uma mulher Cananéia fizesse parte do seu povo e da linhagem do Messias?



3. Em relação à promessa de conquista da terra prometida, por que Deus permitiu que Josué e Calebe entrassem na terra, que a prostituta Raabe nela permanecesse, mas barrou os que saíram do Egito, Moisés e Aarão?

domingo, 3 de janeiro de 2016

O Sucessor

O Sucessor
(Dt. 34; Js 1:1-11)
...  ninguém faz essas coisas se Deus não for com ele




Moisés foi o grande líder de Israel. Ele foi  conselheiro, general, juiz, profeta, intercessor e o representante direto de Deus entre os israelitas. Nunca houve um líder como Moisés que falava com Deus face a face e dele recebeu as palavras que formaram os cinco primeiros livros da Bíblia que contam a história  da criação do mundo, da promessa de conquista de uma terra e de uma aliança entre Deus e  seu povo escolhido.

Quando saíram do Egito,  todos os israelitas uniram-se sob a liderança de Moisés com o mesmo objetivo: a libertação de mais de quatrocentos anos de escravidão no Egito. Mas nos tempos de deserto, o povo dividiu-se e se levantou contra a liderança de Moisés e Aarão e até contra a liderança de Deus.

 Embora Deus providenciasse todo o sustento (pão, água, vestes e proteção) do seu povo no deserto, por causa da fome, da sede e do estresse de um povo numeroso e teimoso convivendo junto em terra hostil, houve muitas murmurações, atos de rebeldia, tensões e rebeliões que provocaram a ira de Deus e o levaram a  lançar severos castigos sobre o seu povo.

No deserto, predominou um ciclo repetitivo de murmurações, providência divina, rebeliões, castigos, de intercessões e misericórdia de Deus para com o seu povo. 

Depois de dois acontecimentos no deserto, porém, toda uma geração de israelitas, Moisés e Aarão  foram impedidos de entrar na terra prometida: a rebelião do povo após receber o relatório dos homens que foram espiar a terra prometida (Nm 14) e a desobediência de Moisés e Aarão na história das águas de Meribá (Nm 20:1-13).

Doze homens das tribos de Israel  foram enviados à terra prometida para espiarem-na por quarenta dias. Eles trouxeram boas e más notícias.

Josué e Calebe deram mais ênfase às boas notícias e encorajaram o povo a conquistar a terra, apesar das dificuldades que enfrentariam. Mas dez espias deram ênfase às más notícias e desencorajaram o povo a seguir em frente. 

O povo deu mais atenção ao relatório negativo dos dez espias e foi tomado pelos sentimentos de medo e de desânimo. Em seguida, começaram as lamúrias que expressavam não só o desejo de voltar ao Egito, como das outras vezes, mas também de morrer na terra onde outrora foram escravos.

 Em meio à choradeira do povo e ao tumulto provocado pelo relatório negativo dos dez espias, a glória de Deus se manifestou no arraial e o Senhor castigou o povo e os dez espias. 

Em seguida, o Senhor prometeu que para cada dia dos quarenta dias que os lideres espiaram a terra prometida seria um ano a mais no deserto e que nenhum israelita daquela comunidade rebelde que saiu do Egito, exceto Calebe e Josué, entrariam na terra prometida. 

E assim, durante quarenta anos, aquela geração de israelitas deu voltas e mais voltas no deserto até que caísse o último cadáver daqueles que desistiram de conquistar a terra prometida.

Moisés e Aarão, após suportarem por tanto tempo as murmurações  e rebeliões do povo e por eles intercederem a misericórdia de Deus, acabaram também desobedecendo a Deus e  foram barrados  na terra prometida. Eles receberam tal punição porque quando o povo reclamava da falta de água, Deus ordenou que eles falassem a uma rocha e dela sairia água. Mas Moisés disse horrores ao povo e bateu com a vara na rocha que jorrou água em abundância. Os israelitas saciaram a sede, mas Aarão e Moisés perderam a bênção.

Aarão morreu no Monte Hor, onde Moisés o despiu de suas roupas e com elas vestiu Eleazar, o filho de Aarão e seu sucessor no sumo-sacerdócio (Nm 20:22-29). 

Depois de algum tempo da morte de Aarão, já velho, mas com todo o vigor, Moisés faleceu. Antes disso, porém, Deus permitiu-lhe ver do Monte Nebo, nas Campinas de Moabe, a terra prometida. Lá ele morreu, o próprio Deus o sepultou e ninguém jamais encontrou o corpo de Moisés.

Moisés viveu pela fé e morreu sem receber o que tinha sido prometido. Como Abraão, ele morreu peregrino no deserto, esperando uma pátria melhor, a pátria celestial preparada por Deus (Hb 11:13-16). E essa certamente ele alcançou.

Daqueles que saíram do Egito, somente Calebe e Josué entraram na terra prometida. 

Josué, ao contrário de seu povo que preferia estar distante de Deus, nunca se apartou do meio da tenda onde estava a presença do Senhor (Êxodo 33:11). 

Deus honrou a fidelidade de Josué e o escolheu para ser o sucessor de Moisés na missão de levar o seu povo à terra prometida.

Quando Moisés morreu, Josué assumiu o comando de Israel com a bênção do Senhor e com a aprovação do povo que o reconheceu como líder.

Deus animou Josué a dar início a sua missão de atravessar o Jordão com Calebe e com a nova geração de israelitas e tomar posse da terra da qual eram herdeiros segundo a promessa de Deus a Abraão, a Isaque e a Jacó.

O Senhor fortaleceu Josué dizendo-lhe que seria sempre com ele e que jamais o abandonaria. 

O Espírito, a sabedoria e as palavras do Senhor “ Seja forte e corajoso, não tenha medo e nem desanime porque eu sou contigo por onde quer que andares” entraram na alma de Josué e este, com a força e a coragem do Senhor, deu sua primeira ordem ao povo: preparem-se para atravessar o Jordão e  conquistar a terra prometida. 

Assim o Senhor abençoou Josué em todas as missões de conquista da nova terra, jamais o deixou e jamais o desamparou.


REFLEXÃO

FELIZ ANO NOVO!


  • Ânimo, Coragem e Perseverança. O que as Palavras de Deus a Josué dizem a você ao começar um novo ano?
  • Em que elas influenciam seus planos?
  • Você crê que Deus estará sempre com você, não o desamparará e nem o abandonará?
  • O que você acha que terá que fazer para ter o Senhor sempre ao seu lado?



Atividades

1. Na sua opinião, por que Moisés e Aarão continuaram liderando os israelitas mesmo ficando barrados na terra prometida?




2. O que as palavras de encorajamento do Senhor a Josué falam para nós nos dias de hoje?





3. Aponte qualidades de Moisés, Aarão, Josué e Calebe que o caracterizam como homens de Deus.




4. Se assumisse a liderança de uma nação murmuradora e rebelde como Israel, que decisões você tomaria para evitar reclamações e rebeliões contra a sua liderança?


domingo, 29 de novembro de 2015

O Ritual de Expiação

 O Ritual de Expiação

... Para que todo aquele que nele crê não pereça

 Texto bíblico:  Lv. 16:11-22



Em pecado e destituídos da glória de Deus (Rm 3:23) seria o nosso estado permanente se não houvesse expiação de pecados. No antigo testamento,  simbolicamente,  a expiação de pecados era  realizada por sacrifícios de animais,   pois   sem   derramamento de  sangue não há remissão de pecados (Hb 9:22). Como a  morte  foi  a  consequência  do  pecado, só pela morte se faz expiação de pecados. Dessa forma, tanto no antigo quanto no novo testamento, a expiação sempre teve o propósito de salvar o homem da condição de pecado que o mantém separado do seu Deus.

No  antigo   testamento, havia um dia especifico no ano para  realizar a expiação dos pecados de todo o povo de Israel. Nesse dia, era realizado pelo sumo sacerdote um ritual simbolizando o perdão de Deus para todos os pecados cometidos por todas as pessoas. Esse ritual foi primeiro realizado pelo sacerdote Aarão e, por último, por Jesus Cristo, que se fez o sumo sacerdote e o sacrifício da expiação final de todos os pecados. 

No dia da expiação, o sumo sacerdote sacrificava um novilho por seus próprios pecados e escolhia dois bodes para expiação do pecado do povo. Um bode era para o Senhor e outro para Azazel (ou bode emissário). O bode para o Senhor era sacrificado no santo dos santos do tabernáculo pelo sumo sacerdote.

Com a mão sobre a cabeça do bode para Azazel, o sacerdote fazia confissão de todos os pecados dos israelitas e enviava o bode emissário para o deserto pelas mãos de uma pessoa preparada. Levando sobre si todos os pecados, ao chegar ao deserto, o bode para Azazel era solto.

A morte do bode para o Senhor trazia o significado de que não há remissão de  pecados sem derramamento de  sangue. Já o bode para Azazel traz o significado principal da  remoção dos pecados simbolizando o esquecimento deles por Deus para sempre.

O bode para Azazel, no entanto, tem sido entendido, segundo muitas interpretações fora do verdadeiro contexto bíblico, como uma representação da liberdade absoluta, ainda que carregada de tantos pecados e separada de Deus. O bode para Azazel é, dessa forma, associado ao próprio Lúcifer, que, segundo o pensamento   satânico, abandonou as leis de Deus para  ser absolutamente livre e não sacrificado pelos pecados de todo mundo. 

Os bodes não podem, mesmo com derramamento de sangue, remover os pecados (Hb 10:4), pois somente Jesus é o “cordeiro de Deus” que tira o pecado do mundo (Jo1:29). Os  bodes são,  portanto, apenas alegorias que apontam para uma expressão muito maior de expiação de pecados, que é o  sacrifício de Jesus por todos e de uma vez por todas (Hb 9:12). 

Depois de   Cristo, não   seria   mais  necessário o ritual anual de expiação de pecados do povo através dos bodes e  tão pouco a presença do sumo sacerdote como mediador. Isso porque Jesus se fez sacrifício derramando o próprio sangue para salvar o mundo e levou sobre si o pecado de muitos (Is 53:12). 

Jesus também se fez o sumo sacerdote mediador entre Deus e os homens porque ofereceu  sangue próprio e não sangue alheio para expiação dos pecados da humanidade. Mais do que isso, sendo Jesus imaculado, não precisaria oferecer sacrifício por si próprio, como o faziam os sumo sacerdotes da antiga aliança.

Ainda que não se entenda claramente o que ou quem é Azazel, a verdade não contada é que  um bode morreu, mas o outro, mesmo isolado e carregado de pecados, ficou vivo. Logo,essa representação trazia a morte, a separação, e principalmente a  vida como partes significativas do ritual de expiação de pecados.

No ritual do antigo testamento, Aarão não poderia realizar essa representação com apenas um bode, pois a morte é o fim da vida. Dessa forma, não haveria como, uma vez morto, ressuscitar o bode sacrificado.

A ressurreição de Cristo interpreta a alegoria dos bodes no ritual de expiação. Em Jesus essa representação foi possível.  Antes de morrer, ele disse: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”? Nesse momento, houve uma separação de Deus porque ele carregava em si todos os pecados do mundo. Em seguida, Jesus morreu, consumando com o derramamento do seu sangue o sacrifício expiatório. 

Porém, a história não terminou aqui, pois Cristo tendo ­se oferecido uma vez para sempre para tirar o pecado de muitos, voltará sem os pecados que levou para aqueles que aguardam  a salvação (Hb 9:28). 

A verdade é que Jesus, sem os pecados que levou sobre si, voltou triunfante após ressuscitar dos mortos e prometeu voltar de novo para buscar os que o esperam pela salvação de Deus. 

Assim, com o próprio sangue, Jesus firmou a nova aliança entre Deus e os homens, e sendo ele próprio o mediador e remidor, é   o Caminho, a Verdade e a Vida que religam o homem a Deus, o seu criador e Pai eterno.



Reflexões



A Bíblia por si mesma explica a história do bode para Azazel?



Por que os pecados do homem precisam ser expiados?



O que “Azazel” significa na interpretação dos satanistas?




Atividades




1. Quais as semelhanças e diferenças entre o ritual de expiação de pecados de Aarão e de Cristo?


2. Como você entende a afirmação bíblica de que sem derramamento de sangue não há remissão de pecados? Por que, depois de Cristo, não foi mais necessário expiar pecados com derramamento de sangue?


3. Como Jesus se tornou sacrifício e sumo sacerdote no processo de expiação de pecados?

domingo, 22 de novembro de 2015

Os Tempos de Deserto

Os Tempos de Deserto 

...para que todo aquele que nele crê não pereça
(Números 21:1-9)



Como um pai castiga um filho desobediente que não ouve a sua voz, o Senhor corrige aquele a quem ama, a quem quer bem (Pv. 3:12). O castigo de Deus tem o propósito da disciplina, isto é, de corrigir aquele que insiste em seguir o caminho errado. E se suportamos a correção de Deus, Ele nos trata como filhos (Hb 12: 7)

Nos difíceis tempos do deserto, os israelitas, embora sustentados pela providência divina, eram ingratos e juntavam-se para murmurar contra seus líderes Moisés e Aarão. Reclamaram da falta de água, mas, da rocha, o Senhor fez brotar água para matar a sede do seu povo. Reclamaram da falta de alimento, mas Deus mandou-lhes o maná e até carne. Mais do que isso, Deus os guiou com sua presença dia e noite nas jornadas pelo deserto. Ainda assim, os israelitas, sendo povo obstinado, sempre estiveram a murmurar nas suas temporadas pelo deserto. Somente pelas orações de Moisés e Aarão, eles escaparam de serem consumidos pela ira de Deus. Mas quando a teimosia excedia, a ira de Deus se acendia contra eles e eles eram afligidos por severas pragas.

Depois que venceram uma peleja contra Arade, rei dos cananeus, os israelitas partiram do Monte Hor para uma longa jornada de contorno da terra de Edom. 

Passando por Edom, os israelitas fariam um percurso bem menor rumo à Terra Prometida. Porém, assim como os amalequitas atrapalharam o início da jornada de Israel, os edomitas, que também eram descendentes de Esaú, atrapalharam a chegada dos Israelitas à Terra Prometida, não os deixando passar por suas terras (Nm 20:14-21). Os israelitas não entraram em guerra com seus irmãos, por isso, rodearam Edom e demoraram mais tempo para chegarem à Terra Prometida.

Com a longa jornada pelo deserto, os israelitas ficaram impacientes e começaram a murmurar contra Deus e contra Moisés. Reclamaram que estavam padecendo fome e sede e chamaram de vil o maná que receberam dos céus. Nas murmurações anteriores, o povo se rebelava contra Moisés e Aarão, mas como Aarão falecera, eles dirigiram suas murmurações diretamente para Deus. Por tal afronta, o Senhor enviou serpentes venenosas para morderem o povo rebelde. As abrasadoras serpentes provocaram pânico geral no arraial de Israel e aqueles que foram vitimados pelo veneno das serpentes caíram  mortos.

O castigo levou os israelitas a reconhecerem o pecado de rebelião contra Deus e contra Moisés. Arrependidos, eles rogaram a Moisés que intercedesse por eles a Deus para que a praga cessasse.

Moisés orou ao Senhor para que perdoasse o povo e o Senhor o ouviu. Mas Deus sarou o seu povo de uma forma muito especial que sinalizou uma salvação muito maior que viria através da morte de Jesus em uma cruz. 

Deus mandou Moisés erguer uma serpente abrasadora de bronze em uma haste para que todo aquele que tivesse sido picado, ao olhar para ela, ficasse são, isto é, imune ao efeito do veneno. Mas o ficar são dependeria de uma decisão própria de olhar para a serpente. O não olhar para a serpente era aceitar a sentença de morte pelo pecado.

A serpente de bronze teve o significado do pecado e de que o seu veneno resultava em morte. O homem teria a opção de olhar para ela, isto é, reconhecer o seu pecado, e ficar são. A cura significaria a graça de Deus que anula os efeitos do pecado e devolve a vida para aquele que se arrepende.

A serpente pendurada apontou para o futuro sacrifício de Jesus. O seu corpo pendurado na cruz significou o pecado da humanidade. Todo aquele que nele cresse, isto é, para ele olhasse, seria salvo (Jo 3:16). E a salvação manifestava que, embora o salário do pecado fosse a morte, o dom gratuito de Deus era a vida eterna por Cristo Jesus nosso Senhor (Rm 6:23). Olhar para Cristo é, portanto, garantir vida.


Atividades



1. Aponte sinais da providência divina nos tempos que os israelitas estiveram peregrinando pelo deserto rumo à terra prometida.




2. Dê exemplos de como a história das serpentes abrasadoras se repete nos dias de hoje.



3. as serpentes abrasadoras representam castigo e a serpente de metal representa  perdão. Explique.



4. O que realmente penso da história das mortes no deserto causadas pelas serpentes abrasadoras enviadas por Deus para castigar seu povo?


 Leituras Bíblicas sugeridas

Destaque os pontos principais de cada passagem

  • Nm 19:14-21 -
  • Nm 21:1-3 -
  • Nm 21:4-9 - 
  • Jo 3:14-15 -
  • Jo 3:16-18 - 
  • Rm 6:23 -