sábado, 8 de fevereiro de 2014

De volta ao princípio


Deus amou o mundo...Mas de onde veio o mundo?
Gênesis 1, Hebreus 11:3
Autora: Profa. Dra. Márcia Gonçalves de Oliveira



O maior mistério do mundo é a origem do próprio mundo. Por isso, para sustentar a sua compreensão da origem do mundo, que até hoje sem fé não se explica, o homem desenvolveu muitas teorias para explicar racionalmente na perspectiva limitada do tempo a origem do universo.

As teorias mais conhecidas da origem do mundo são a teoria criacionista e a teoria evolucionista. A teoria criacionista defende que o mundo foi criado sobrenaturalmente por Deus. Já a teoria evolucionista, segundo a teoria de Charles Darwin, defendem que o universo surgiu de uma grande explosão ( o “Big Bang”) e a vida surgiu por processos evolutivos.

O fato é que nenhuma teoria provinda da mente humana jamais explicou a origem do universo. Nem a teoria criacionista e nem a teoria evolucionista podem ser provadas cientificamente. Mas, pela fé, entendemos que os mundos foram criados pela Palavra de Deus, de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente (Hb 11:3). E esse entender não vem de observações, como as fez Darwin, mas sim de verdades escritas na Bíblia que os homens que a escreveram não dispunham de conhecimento para afirmá-las e que só foram descobertas depois que a Bíblia foi escrita. São exemplos dessas verdades: a Terra estar suspensa sobre o nada (Jó 26:7), a Terra ser como um globo (Is 40:22) e a ordem lógica da criação descrita em Gênesis 1. Entendemos, portanto, que a mesma Palavra que criou os mundos foi dada pelo Espírito Santo a homens para escreverem as verdades da criação expostas nas páginas da Bíblia.

No princípio criou Deus os céus e a Terra. A Terra era sem forma e vazia, não havia luz e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas (Gn 1:1-2). E, pela Palavra de Deus “Haja Luz”, houve luz e Deus fez separação entre dia e noite e foi-se o primeiro dia da linha do tempo iniciada por Deus. Depois fez-se o firmamento e a separação das águas que já existiam. Depois veio a vida. Como já existiam luz, água e terra, ordenou Deus que a terra produzisse vegetais. Depois, fez Deus os luminares do dia e da noite como marcadores do tempo para sinalizar dia e noite, estações e anos. Em seguida, Deus fez as águas produzirem animais marinhos. Depois criou os répteis que povoavam as águas (que poderiam ser anfíbios e répteis), as aves e os animais selváticos e domésticos. Por último, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e também a mulher. Observe que a ordem de criação descrita na Bíblia coincide com a ordem de evolução das espécies. Mas a Bíblia foi escrita primeiro do que a teoria da evolução das espécies.

Jesus existiu desde o princípio. No princípio ele estava com Deus e ele era Deus (João 1:1). Mas ele ainda estava na dimensão da eternidade, como o Pai e o Espírito Santo. E os três eram um só, já que Jesus e o Espírito Santo eram o próprio Deus. Os três em um fizeram o homem a imagem e semelhança do próprio UM. Por isso, Deus disse “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança...” (Gn 1:26).

Questões

1 - Explique segundo a dimensão da eternidade e do tempo a origem de Deus e do homem?

2 – Quando Jesus esteve na dimensão eterna e na dimensão do tempo?

Introdução

Quem é Jesus? De onde veio? Para onde foi? Por que veio?

Texto Bíblico: João 3:1-21
Autora: Profa. Dra. Márcia Gonçalves de Oliveira


Um dos diálogos mais intrigantes e inteligentes da Bíblia foi o diálogo entre Nicodemos e Jesus narrado no Capítulo 3 do Evangelho de João. Nesse diálogo, Jesus resume de forma brilhante para Nicodemos o plano de salvação de Deus. Mas Nicodemos, mesmo sendo mestre em Israel, teve dificuldades em compreender as palavras de Jesus que descortinavam mistérios do reino de Deus.

Nicodemos um notável personalidade de Israel porque era mestre e fariseu em Israel. Sendo um mestre, era reconhecido como um profundo conhecedor das leis de Deus. Sendo um fariseu, era um destacado religioso que zelava as leis de Deus e as leis criadas pelos próprios fariseus como ele para ostentação de uma aparência de religiosidade.

No capítulo anterior ao diálogo de Jesus com Nicodemos, João relata que Jesus estava em Jerusalém durante a festa da Páscoa (João 2:23). Na festa, Jesus, chamou à atenção das pessoas pela ousadia e pelos sinais que fazia. Sua ousadia tornou-se mais notória quando ele teve a coragem de desafiar o sistema econômico que funcionava no templo ao derrubar as mesas dos cambistas e de expulsar do templo todos aqueles que faziam da casa de seu Pai um ambiente comercial.

Os sinais que Jesus fez, mais do que torná-lo conhecido, fizeram com que muitas pessoas se aproximassem dele, admirassem-no e até cressem nele. Nicodemos, foi uma das pessoas que testemunharam o ensino e os sinais de Jesus e tentou aproximar-se dele vindo a encontrar-lhe em uma certa noite.

Nicodemos reconheceu Jesus como um mestre vindo da parte de Deus e disse que ninguém poderia fazer o que Jesus fazia sem estar com Deus. Mas logo Jesus surpreendeu-o com a enigmática afirmação de que se alguém não nascesse de novo jamais poderia ver o Reino de Deus.

De fato o reino de Deus permanece oculto para aqueles que não o vêem com olhos espirituais. Prova disso é que Jesus falava por parábolas às multidões que o seguiam para que vendo, não enxergassem, e ouvindo, não compreendessem. Aos seguidores de Cristo, no entanto, foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus (Mt 13:11-13).

A pergunta de Nicodemos “Como pode alguém nascer de novo sendo velho?” evidenciou a falta de discernimento do Reino de Deus daqueles que não conheciam Jesus, como o caminho, a verdade e a própria vida (João 14:6) do Reino de Deus.

Mas Jesus não negou o conhecimento do reino a Nicodemos, uma vez que aquele homem, considerado principal entre os judeus, veio a ele buscar esse conhecimento. Nicodemos, porém, só poderia entendê-lo se nascesse de novo, isto é, se nascesse da água e do espírito, como disse Jesus. Esse novo nascimento significa nascer espiritualmente mediante a ação do Espírito Santo que purifica e renova o espírito do homem quando este decide morrer para o mundo e fazer de si morada do Espírito de Deus.
Como o vento, que não se sabe de onde vem e para onde vai, assim é aquele que nasce do Espírito. Nicodemos perguntou como poderia ser isso? Jesus questionou-lhe como era possível sendo ele um mestre em Israel não ser capaz de entender o novo nascimento. Nicodemos conhecia toda a lei e a história do plano de salvação de Deus, mas não compreendeu como se dava a salvação de Deus pelo novo nascimento. E se permanecesse apenas nascido da carne e não do espírito, tamanha verdade continuaria oculta para Nicodemos.

O nascer de novo, isto é, o nascer do espírito, significava vir do eterno e voltar para o eterno, que não se sabe onde começa e onde termina porque simplesmente é eterno. Assim é o vento, como disse Jesus, não se sabe de onde ele vem e nem para onde vai, mas a sua existência e seus efeitos são percebidos.

Mas para nascer do eterno e voltar para o eterno, é necessário um caminho entre o terreno e o eterno, pois como bem disse Jesus a Nicodemos, como compreender as coisas celestiais sem entender nem as terrenas. Como Jesus se fez carne e foi o único a descer do céu e a ele subir, só ele poderia ser o caminho para a eternidade. Por isso, ninguém chega a Deus senão por ele (João 14:6). Jesus é, portanto, o ponto de partida, o novo nascimento. Crer que ele é o filho de Deus e o caminho para a vida eterna, é nascer de novo do espírito para também, em Jesus, tornar-se eterno.

A missão de Jesus foi ser o caminho de volta para Deus. O pecado afastou o homem de Deus e a morte, que é o resultado do pecado, cancelou a capacidade do homem de ser eterno. Mas, ressuscitando dos mortos, Jesus venceu a morte e, por conseguinte o pecado. Logo, estando em Jesus, o homem recebe de volta a condição de ser eterno, pois só em Jesus, a condenação à morte pelo pecado é anulada, pois só Jesus venceu a morte.

Jesus termina o seu diálogo com Nicodemos explicando que a salvação de Deus que devolve ao homem a vida eterna veio de um sentimento de Amor maior, que vem do Pai. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que Deus seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16). Certo é que nenhuma condenação há para quem está em Cristo Jesus (Rm 8:1), mas só pode estar nele e ser livre da condenação da morte aquele que nele crer e nele nascer de novo para um nova e eterna vida.


Questões

1 – Por que Jesus teve que morrer para que você nascesse de novo?
2 – Onde começou e onde terminou a condenação da morte pelo pecado?
3 – Porque nascendo do espírito você não sabe de onde veio e para onde vai?
4 – Baseado em João 3:16, quais as palavras-chave que explicam o plano de salvação de Deus?