domingo, 29 de novembro de 2015

O Ritual de Expiação

 O Ritual de Expiação

... Para que todo aquele que nele crê não pereça

 Texto bíblico:  Lv. 16:11-22



Em pecado e destituídos da glória de Deus (Rm 3:23) seria o nosso estado permanente se não houvesse expiação de pecados. No antigo testamento,  simbolicamente,  a expiação de pecados era  realizada por sacrifícios de animais,   pois   sem   derramamento de  sangue não há remissão de pecados (Hb 9:22). Como a  morte  foi  a  consequência  do  pecado, só pela morte se faz expiação de pecados. Dessa forma, tanto no antigo quanto no novo testamento, a expiação sempre teve o propósito de salvar o homem da condição de pecado que o mantém separado do seu Deus.

No  antigo   testamento, havia um dia especifico no ano para  realizar a expiação dos pecados de todo o povo de Israel. Nesse dia, era realizado pelo sumo sacerdote um ritual simbolizando o perdão de Deus para todos os pecados cometidos por todas as pessoas. Esse ritual foi primeiro realizado pelo sacerdote Aarão e, por último, por Jesus Cristo, que se fez o sumo sacerdote e o sacrifício da expiação final de todos os pecados. 

No dia da expiação, o sumo sacerdote sacrificava um novilho por seus próprios pecados e escolhia dois bodes para expiação do pecado do povo. Um bode era para o Senhor e outro para Azazel (ou bode emissário). O bode para o Senhor era sacrificado no santo dos santos do tabernáculo pelo sumo sacerdote.

Com a mão sobre a cabeça do bode para Azazel, o sacerdote fazia confissão de todos os pecados dos israelitas e enviava o bode emissário para o deserto pelas mãos de uma pessoa preparada. Levando sobre si todos os pecados, ao chegar ao deserto, o bode para Azazel era solto.

A morte do bode para o Senhor trazia o significado de que não há remissão de  pecados sem derramamento de  sangue. Já o bode para Azazel traz o significado principal da  remoção dos pecados simbolizando o esquecimento deles por Deus para sempre.

O bode para Azazel, no entanto, tem sido entendido, segundo muitas interpretações fora do verdadeiro contexto bíblico, como uma representação da liberdade absoluta, ainda que carregada de tantos pecados e separada de Deus. O bode para Azazel é, dessa forma, associado ao próprio Lúcifer, que, segundo o pensamento   satânico, abandonou as leis de Deus para  ser absolutamente livre e não sacrificado pelos pecados de todo mundo. 

Os bodes não podem, mesmo com derramamento de sangue, remover os pecados (Hb 10:4), pois somente Jesus é o “cordeiro de Deus” que tira o pecado do mundo (Jo1:29). Os  bodes são,  portanto, apenas alegorias que apontam para uma expressão muito maior de expiação de pecados, que é o  sacrifício de Jesus por todos e de uma vez por todas (Hb 9:12). 

Depois de   Cristo, não   seria   mais  necessário o ritual anual de expiação de pecados do povo através dos bodes e  tão pouco a presença do sumo sacerdote como mediador. Isso porque Jesus se fez sacrifício derramando o próprio sangue para salvar o mundo e levou sobre si o pecado de muitos (Is 53:12). 

Jesus também se fez o sumo sacerdote mediador entre Deus e os homens porque ofereceu  sangue próprio e não sangue alheio para expiação dos pecados da humanidade. Mais do que isso, sendo Jesus imaculado, não precisaria oferecer sacrifício por si próprio, como o faziam os sumo sacerdotes da antiga aliança.

Ainda que não se entenda claramente o que ou quem é Azazel, a verdade não contada é que  um bode morreu, mas o outro, mesmo isolado e carregado de pecados, ficou vivo. Logo,essa representação trazia a morte, a separação, e principalmente a  vida como partes significativas do ritual de expiação de pecados.

No ritual do antigo testamento, Aarão não poderia realizar essa representação com apenas um bode, pois a morte é o fim da vida. Dessa forma, não haveria como, uma vez morto, ressuscitar o bode sacrificado.

A ressurreição de Cristo interpreta a alegoria dos bodes no ritual de expiação. Em Jesus essa representação foi possível.  Antes de morrer, ele disse: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”? Nesse momento, houve uma separação de Deus porque ele carregava em si todos os pecados do mundo. Em seguida, Jesus morreu, consumando com o derramamento do seu sangue o sacrifício expiatório. 

Porém, a história não terminou aqui, pois Cristo tendo ­se oferecido uma vez para sempre para tirar o pecado de muitos, voltará sem os pecados que levou para aqueles que aguardam  a salvação (Hb 9:28). 

A verdade é que Jesus, sem os pecados que levou sobre si, voltou triunfante após ressuscitar dos mortos e prometeu voltar de novo para buscar os que o esperam pela salvação de Deus. 

Assim, com o próprio sangue, Jesus firmou a nova aliança entre Deus e os homens, e sendo ele próprio o mediador e remidor, é   o Caminho, a Verdade e a Vida que religam o homem a Deus, o seu criador e Pai eterno.



Reflexões



A Bíblia por si mesma explica a história do bode para Azazel?



Por que os pecados do homem precisam ser expiados?



O que “Azazel” significa na interpretação dos satanistas?




Atividades




1. Quais as semelhanças e diferenças entre o ritual de expiação de pecados de Aarão e de Cristo?


2. Como você entende a afirmação bíblica de que sem derramamento de sangue não há remissão de pecados? Por que, depois de Cristo, não foi mais necessário expiar pecados com derramamento de sangue?


3. Como Jesus se tornou sacrifício e sumo sacerdote no processo de expiação de pecados?

domingo, 22 de novembro de 2015

Os Tempos de Deserto

Os Tempos de Deserto 

...para que todo aquele que nele crê não pereça
(Números 21:1-9)



Como um pai castiga um filho desobediente que não ouve a sua voz, o Senhor corrige aquele a quem ama, a quem quer bem (Pv. 3:12). O castigo de Deus tem o propósito da disciplina, isto é, de corrigir aquele que insiste em seguir o caminho errado. E se suportamos a correção de Deus, Ele nos trata como filhos (Hb 12: 7)

Nos difíceis tempos do deserto, os israelitas, embora sustentados pela providência divina, eram ingratos e juntavam-se para murmurar contra seus líderes Moisés e Aarão. Reclamaram da falta de água, mas, da rocha, o Senhor fez brotar água para matar a sede do seu povo. Reclamaram da falta de alimento, mas Deus mandou-lhes o maná e até carne. Mais do que isso, Deus os guiou com sua presença dia e noite nas jornadas pelo deserto. Ainda assim, os israelitas, sendo povo obstinado, sempre estiveram a murmurar nas suas temporadas pelo deserto. Somente pelas orações de Moisés e Aarão, eles escaparam de serem consumidos pela ira de Deus. Mas quando a teimosia excedia, a ira de Deus se acendia contra eles e eles eram afligidos por severas pragas.

Depois que venceram uma peleja contra Arade, rei dos cananeus, os israelitas partiram do Monte Hor para uma longa jornada de contorno da terra de Edom. 

Passando por Edom, os israelitas fariam um percurso bem menor rumo à Terra Prometida. Porém, assim como os amalequitas atrapalharam o início da jornada de Israel, os edomitas, que também eram descendentes de Esaú, atrapalharam a chegada dos Israelitas à Terra Prometida, não os deixando passar por suas terras (Nm 20:14-21). Os israelitas não entraram em guerra com seus irmãos, por isso, rodearam Edom e demoraram mais tempo para chegarem à Terra Prometida.

Com a longa jornada pelo deserto, os israelitas ficaram impacientes e começaram a murmurar contra Deus e contra Moisés. Reclamaram que estavam padecendo fome e sede e chamaram de vil o maná que receberam dos céus. Nas murmurações anteriores, o povo se rebelava contra Moisés e Aarão, mas como Aarão falecera, eles dirigiram suas murmurações diretamente para Deus. Por tal afronta, o Senhor enviou serpentes venenosas para morderem o povo rebelde. As abrasadoras serpentes provocaram pânico geral no arraial de Israel e aqueles que foram vitimados pelo veneno das serpentes caíram  mortos.

O castigo levou os israelitas a reconhecerem o pecado de rebelião contra Deus e contra Moisés. Arrependidos, eles rogaram a Moisés que intercedesse por eles a Deus para que a praga cessasse.

Moisés orou ao Senhor para que perdoasse o povo e o Senhor o ouviu. Mas Deus sarou o seu povo de uma forma muito especial que sinalizou uma salvação muito maior que viria através da morte de Jesus em uma cruz. 

Deus mandou Moisés erguer uma serpente abrasadora de bronze em uma haste para que todo aquele que tivesse sido picado, ao olhar para ela, ficasse são, isto é, imune ao efeito do veneno. Mas o ficar são dependeria de uma decisão própria de olhar para a serpente. O não olhar para a serpente era aceitar a sentença de morte pelo pecado.

A serpente de bronze teve o significado do pecado e de que o seu veneno resultava em morte. O homem teria a opção de olhar para ela, isto é, reconhecer o seu pecado, e ficar são. A cura significaria a graça de Deus que anula os efeitos do pecado e devolve a vida para aquele que se arrepende.

A serpente pendurada apontou para o futuro sacrifício de Jesus. O seu corpo pendurado na cruz significou o pecado da humanidade. Todo aquele que nele cresse, isto é, para ele olhasse, seria salvo (Jo 3:16). E a salvação manifestava que, embora o salário do pecado fosse a morte, o dom gratuito de Deus era a vida eterna por Cristo Jesus nosso Senhor (Rm 6:23). Olhar para Cristo é, portanto, garantir vida.


Atividades



1. Aponte sinais da providência divina nos tempos que os israelitas estiveram peregrinando pelo deserto rumo à terra prometida.




2. Dê exemplos de como a história das serpentes abrasadoras se repete nos dias de hoje.



3. as serpentes abrasadoras representam castigo e a serpente de metal representa  perdão. Explique.



4. O que realmente penso da história das mortes no deserto causadas pelas serpentes abrasadoras enviadas por Deus para castigar seu povo?


 Leituras Bíblicas sugeridas

Destaque os pontos principais de cada passagem

  • Nm 19:14-21 -
  • Nm 21:1-3 -
  • Nm 21:4-9 - 
  • Jo 3:14-15 -
  • Jo 3:16-18 - 
  • Rm 6:23 - 

domingo, 15 de novembro de 2015

A Lei, a Antiga Aliança

A Lei, a Antiga Aliança
... para que o mundo fosse salvo por ele 

(Êx 19:9-25; Êxodo 20:1-23; Ex. 24:1-8; Ex 34:29-35)


No tempo em que os hebreus peregrinavam pelo deserto do Sinai rumo à terra prometida, Deus apresentava-se e falava ao seu povo através de Moisés e sempre à distância. Isso porque, sendo Deus a expressão máxima da santidade e da perfeição, estar diante dele como Moisés esteve, até face a face (Ex.33:11), requeria alta santidade e um conhecimento profundo de Deus.

Os israelitas, porém, depois de muitos anos de escravidão no Egito, estavam bem distantes do Deus de seus antepassados Abraão, Isaque e Jacó. O Israel que saiu do Egito era povo obstinado, murmurador e pouco conhecia o Senhor.

Uma vez que o povo de Israel era incapaz de seguir tão alto padrão de santidade, Deus estabeleceu a Lei, um padrão mínimo de perfeição,  representando a primeira aliança entre Deus  e o seu povo.

A lei representou desse modo a primeira tentativa de reaproximação entre Deus e o homem.  Com a lei, o Senhor devolveu ao homem a consciência dos limites entre o bem e o mal bem como uma referência básica de sua santidade. A lei, porém, nem sempre despertou no homem o amor a Deus e o verdadeiro conhecimento dele, mas foi entendida pelos homens como um instrumento de submissão, de condenação à morte para os desobedientes e até de poder para aqueles que bem a conheciam.

Antes de encontrar-se com o seu povo para proclamar os Dez Mandamentos, para que o povo não fosse consumido pela presença divina, o Senhor ordenou a Moisés que preparasse o povo.

Para isso, Deus disse a Moisés para santificar o povo e ordenar-lhe que lavasse suas roupas para o encontro com o Senhor. Deus também determinou que Moisés marcasse limites próximos ao Monte Sinai para que o povo não tocasse no monte onde sua glória se manifestaria. Aquele, pois, que tocasse o monte, fosse homem ou animal, certamente morreria.

Além de ordenar que o povo se apresentasse com as roupas limpas diante de Deus, Moisés orientou que os homens não mantivessem relações sexuais naqueles dias antes do encontro com Deus.

No terceiro dia, relâmpagos, trovões e espessas nuvens cobriram o Monte Sinai. Um estrondoso som de buzina fez o povo sentir pavor. Dentro dos limites estabelecidos, Moisés levou o povo ao pé do monte para encontrar-se com Deus. O monte Sinai fumegava e estremecia tremendamente, pois o Senhor descera sobre ele em fogo e glória.

Ao ser chamado por Deus, Moisés subiu o Monte Sinai. Mais uma vez, Deus disse a ele para alertar o povo para não se aproximar do Monte. Quando desceu do monte, Moisés insistiu para que o povo se mantivesse dentro dos limites especificados para que não fosse consumido. Depois disso, em alta voz, dos altos céus, Deus proclamou os Dez Mandamentos, a lei da aliança entre Ele e o seu povo:

I –    Não terás outros deuses além de mim
II –   Não farás imagens de idolatria
III –  Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão
IV –  Lembra-te do dia do sábado para o santificar
V –   Honra o teu e a tua mãe para ter vida longa
VI –  Não matarás
VII – Não adulterarás
VIII – Não furtarás
IX – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo
X – Não cobiçarás coisa alguma do teu próximo

O povo, ao ver os trovões e os relâmpagos no monte, temeu e tremeu. Incompatíveis ainda com a santidade de Deus, o povo pediu a Moisés que falasse com eles e não Deus, pois temiam ser  consumidos pela glória do Senhor perfeita em santidade.

Os filhos de Israel optaram por permanecerem à distância de Deus, mas o Senhor convidou Moisés, Aarão, os filhos de Aarão, Nadabe e Abiu, e setenta autoridades para subirem o Monte Sinai. Mas somente Moisés teve o privilégio de aproximar-se  diretamente de Deus.

Em seguida,  Moisés dirigiu-se ao povo para transmitir-lhes as palavras e ordenanças do Senhor. Eles responderam que fariam tudo o que o Senhor ordenara. Moisés escreveu então tudo o que o Senhor lhes dissera.

Durante os sacrifícios de confirmação da aliança entre Deus e seu povo, Moisés colocou metade do sangue dos sacrifícios em tigelas e outra metade em um altar erguido para o Senhor. Logo em seguida, Moisés leu o Livro da Aliança e eles disseram que seguiriam fielmente as ordenanças do Senhor. Moisés então firmou aliança entre Deus e seu povo aspergindo sangue sobre o povo e dizendo: “Este é o sangue da aliança que o Senhor fez com vocês!”.

No alto do Monte Sinai, Moisés esteve diretamente com o Senhor durante quarenta dias e quarenta noites. Lá Deus escreveu em pedras as suas palavras reunidas nos Dez Mandamentos.

Porém, ao descer do Monte Sinai com as tábuas da lei da aliança para reencontrar o povo, Moisés viu os israelitas despidos celebrando um bezerro de ouro. Furioso, Moisés quebrou as tábuas da aliança, já que o povo violara o primeiro mandamento da lei: não terás outros deuses diante de mim.

Depois que os idólatras foram punidos e a paz foi restabelecida, Deus renovou a aliança com o seu povo. Moisés esteve de novo com o Senhor quarenta dias e quarenta noites no Monte Sinai em jejum. E descendo Moisés do Monte Sinai com as novas tábuas da aliança, os Dez Mandamentos, o povo viu a glória de Deus brilhando intensamente no rosto de Moisés.

Arão e o povo, ao olharem para Moisés, temeram aproximar-se. Mas Moisés os chamou e falou-lhes tudo o que Deus lhe ordenara no Monte Sinai. Depois disso, Moisés pôs um véu sobre o seu rosto e o tirava sempre que falava com Deus. Mas, ao falar com o povo, Moisés tornava a pôr o véu.

Da lei à graça, o propósito de Deus foi reaproximar-se dos homens e exortá-los a amá-lo e a amarem-se uns aos outros. Mas os limites do Sinai e o véu foram mantidos no rosto de Moisés, no tabernáculo e no templo pelos israelitas e pelos que, negando a graça, até hoje permanecem debaixo da lei.

Com a morte de Jesus,  o véu do templo rasgou-se de alto a baixo como sinal de que não haveria mais separação entre Deus e o seu povo. Essa nova aliança, não da lei, mas da graça, que se estende a todos os homens, pelo sangue de Jesus absolve todo homem da condenação do pecado por meio da fé manifesta no arrependimento e no retorno a Deus. Até hoje, porém, o véu persiste no coração das pessoas que permanecem debaixo da lei e só será tirado quando verdadeiramente se converterem a Deus (II Cor 3:15). 

Atividades

1. Deus estabeleceu limites para os Israelitas aproximarem-se dele e os véus de Moisés, do tabernáculo e do templo os separaram da glória de Deus. Com a vinda de Jesus os limites e os véus perderam o sentido. Como antes esses limites foram mantidos e hoje são recriados?


2. “Sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados” (Hb 9:7). Qual o significado do derramamento de sangue no Éden e  na primeira e na segunda aliança de Deus com o seu povo?

3.    Para você qual o significado de uma aliança com Deus?

4.    Quais as diferenças entre antiga aliança mediada por Moisés e a nova aliança mediada por Jesus?

Reflexões

Aliança requer fidelidade!

Sua Fidelidade resistiria à perseguição? 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A Travessia

A Travessia

... para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus.

Textos-Bases: Êxodo 12, 13, 14:10-31



Um dos fenômenos mais memoráveis das manifestações sobrenaturais do poder de Deus foi a travessia do Mar Vermelho. Pela mão de Deus o mar vermelho dividiu-se em duas paredes e um forte vento oriental soprou durante toda a noite mantendo o mar aberto para que os israelitas saíssem do Egito.
Após a morte dos primogênitos egípcios e a consagração dos primogênitos israelitas, os Egípcios pressionaram os israelitas para saírem do Egito, mas foram generosos para com eles fornecendo-lhes ouro, prata, vestimentas e tudo o mais que eles pediram (Ex.3:21-22; Gn 12:36). Conforme a palavra do Senhor, depois de quatrocentos e trinta anos de escravidão, os israelitas não sairiam de mãos vazias do Egito.
Ao partir do Egito com os Israelitas, Moisés levou consigo os ossos de José, pois este, antes de morrer, pediu que os israelitas levassem do Egito os seus ossos, profetizando que o Senhor um dia tiraria sua família de lá.

Quatrocentos e trinta anos se passaram, mas chegou o dia do qual José havia falado. Com suas famílias, bens, rebanhos e com os presentes que receberam dos egípcios, os israelitas saíram do Egito conduzidos pelo Senhor. Durante o dia, o Senhor guiava-lhes com uma nuvem e durante a noite, com uma coluna de fogo.
Durante a partida, o coração de Faraó voltou atrás e ele resolveu perseguir os israelitas enviando os seus exércitos com seus carros atrás deles. Os israelitas, porém, saíram afoitos em retirada das terras egípcias.
Os israelitas já sabiam que estavam saindo do Egito por várias intervenções milagrosas da mão do Senhor. Porém, diante da perseguição de Faraó, temeram e começaram a se queixar com Moisés por que ele os tirou do Egito para deixá-los morrer no deserto. Moisés levou as queixas do povo a Deus. Mas o Senhor disse a Moisés por que vir a Ele quando deveria mandar o povo marchar e continuar a jornada. Depois da ordem para o povo se aquietar e confiar no Senhor, Deus mandou Moisés estender a mão sobre o mar para que este se abrisse para os israelitas passarem em seco pelo meio dele.
Durante a noite, os israelitas atravessaram o Mar Vermelho com as suas águas dispostas em paredes. Depois o Anjo do Senhor e a nuvem que conduzia os israelitas foram para a retaguarda de forma que a nuvem escurecia o caminho dos egípcios e iluminava o caminho dos israelitas.
O Senhor emperrou as rodas dos carros egípcios e os fez andar com dificuldades de forma que não conseguiram escapar da fúria das águas quando estas voltaram ao normal. Assim, os oficiais de Faraó morreram todos afogados e derrotados no Mar Vermelho. Os israelitas, porém, concluíram a travessia do mar triunfantes, sabendo que um sonho de liberdade se tornava real pela mão do Senhor. E assim confiaram os israelitas no Senhor e em Moisés seu servo.

Atividades

1.      Para você, quais os três melhores momentos da travessia do Mar Vermelho?
  

2.  Por que os egípcios, que escravizaram os israelitas, deram-lhes ouro, prata e vestimentas?  

3.  Por que o fim da escravidão israelita foi diferente do fim da escravidão brasileira? 

4. Nos tempos bíblicos, era comum a prática da escravidão. Os israelitas sofreram severa opressão no Egito. Porém, as leis da escravidão mencionadas nos livros da Lei de Moisés levam em conta os direitos humanos. Dê exemplos de tratamento humanitário dos escravos no padrão bíblico (Ex. 21:1-8; Dt 23:15, 16; Dt 15:13, 14).

domingo, 5 de abril de 2015

Um memorial eterno de redenção

 Um memorial eterno de redenção 
... para que o mundo fosse salvo por ele
Textos-base: Êxodo 12:1-28,42-51



A Páscoa, que no hebraico significa “passagem”, é uma festa judaica anual instituída por Deus como um memorial da redenção dos israelitas depois de quatro séculos de escravidão no Egito. Para os hebreus, conforme a Palavra do Senhor, a Páscoa era uma celebração perpétua para lembrar a noite em que os primogênitos do Egito foram mortos e os Israelitas que tinham a marca de sangue de cordeiro nos umbrais de suas portas foram salvos da morte.  A Páscoa também lembrava que,  naquela mesma noite, Faraó permitiu os israelitas, suas famílias e seus rebanhos saírem do Egito.
A Festa de Páscoa, também conhecida como festa dos pães asmos, era comemorada a partir do décimo quarto dia do mês Abibe, que marca o início do calendário religioso de Israel. Na festa, cada família deveria preparar um cordeiro ou cabrito. As famílias pequenas poderiam convidar os vizinhos de forma que o cordeiro ou cabrito preparado fosse suficiente para alimentar as pessoas presentes na casa  e para não haver sobras para o dia seguinte.
O animal deveria ser sem defeito e deveria ser sacrificado no crepúsculo da tarde. De acordo com o historiador Flávio Josefo, era costume na páscoa sacrificar o animal perto das três horas da tarde. 

Após o sacrifício, o sangue do animal deveria ser posto nos umbrais das portas das famílias que participavam da páscoa. Já a carne do animal não poderia ser comida crua nem cozinhada em água e nenhum de seus ossos poderia ser quebrado. O que sobrasse deveria ser totalmente queimado.
A refeição de Páscoa era realizada às pressas e os seus participantes comiam o cordeiro assado com pães sem fermento e ervas amargas. Fazia também parte do ritual pascal os participantes estarem vestidos para sair, com sandálias nos pés e cajado nas mãos sinalizando uma despedida.
A Páscoa, no Antigo Testamento, celebrava a redenção do povo hebreu, mas seu simbolismo apontava para uma redenção maior, isto é, para a redenção da humanidade de seus pecados através do sacrifício do próprio filho de Deus. Desse modo, no Novo Testamento, a Páscoa também assume o significado de salvação, mas o sacrifício é definitivo e a bênção da redenção é estendida para todas as famílias da terra, conforme a promessa de Deus a Abraão.
O sangue do sacrifício pascal simbolizava a expiação, as ervas amargas significavam a amargura do cativeiro e os pães asmos, a santidade. À luz do Novo Testamento, a Páscoa ilustra o sacrifício de Jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29).
Como o cordeiro pascal não deveria ter defeito algum, Jesus não teve pecados. O sangue do cordeiro pascal marcou os que seriam salvos. Da mesma forma, o sangue de Jesus marcou os salvos purificando-os de seus pecados. Perto das três horas da tarde, era sacrificado o cordeiro de páscoa e nenhum dos seus ossos poderia ser quebrado. Perto das três horas da tarde, Cristo morreu em sacrifício vivo pela humanidade, nenhum dos seus ossos foi quebrado e o seu corpo não ficou pendurado na cruz até o dia seguinte.
Para os judeus, a Páscoa continua sendo um memorial da libertação da escravidão no Egito pela mão de Deus. Para os incrédulos, a Páscoa é um conto de coelhos e ovos de chocolates. Mas para os cristãos, a Páscoa traz à memória a morte e ressurreição de Jesus  que, pela marca do seu próprio sangue,  confere perdão,  salvação e   vida eterna para todos  os que nele crêem.

Atividades


1.                  Por que, por quem, quando e onde a Páscoa foi instituída?


2.                  Qual o significado da Páscoa antes e depois de Cristo?


3.        Para você qual é a parte principal do ritual de Páscoa? O que significa essa parte para os antigos hebreus e para você hoje?

4. Por que hoje os sacrifícios não são mais necessários para redenção de pecados?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A Antiga Aliança

A Antiga Aliança 
... para que o mundo fosse salvo por ele
Textos Bíblicos: Êx 19:9-25; Êxodo 20:1-23; Ex. 24:1-8; Ex 34:29-35



No tempo em que os hebreus peregrinavam pelo deserto do Sinai rumo à terra prometida, Deus apresentava-se e falava ao seu povo através de Moisés e sempre à distância. Isso porque, sendo Deus a expressão máxima da santidade e da perfeição, estar diante dele como Moisés esteve, até face a face como um amigo (Ex.33:11), requeria alta santidade e um conhecimento profundo de Deus.

Os israelitas, porém, depois de muitos anos de escravidão no Egito, estavam bem distantes do Deus de seus antepassados Abraão, Isaque e Jacó. O Israel que saiu do Egito era povo obstinado, murmurador e pouco conhecia o Senhor.  

Uma vez que o povo de Israel era incapaz de seguir tão alto padrão de santidade, Deus estabeleceu a Lei, um padrão mínimo de perfeição,  representando a primeira aliança entre Deus  e o seu povo.

A lei representou desse modo a primeira tentativa de reaproximação entre Deus e o homem.  Com a lei, o Senhor devolveu ao homem a consciência dos limites entre o bem e o mal bem como uma referência básica de sua santidade. A lei, porém, nem sempre despertou no homem o amor a Deus e o verdadeiro conhecimento dele, mas foi entendida pelos homens como um instrumento de submissão, de condenação à morte para os desobedientes e até de poder para aqueles que bem a conheciam.

Antes de encontrar-se com o seu povo para proclamar os Dez Mandamentos, para que o povo não fosse consumido pela presença divina, o Senhor ordenou a Moisés que preparasse o povo.


Para isso, Deus disse a Moisés para santificar o povo e ordenar-lhe que lavasse suas roupas para o encontro com o Senhor. Deus também determinou que Moisés marcasse limites próximos ao Monte Sinai para que o povo não tocasse no monte onde sua glória se manifestaria. Aquele, pois, que tocasse o monte, fosse homem ou animal, certamente morreria.

Além de ordenar que o povo se apresentasse com as roupas limpas diante de Deus, Moisés orientou que os homens não mantivessem relações sexuais naqueles dias antes do encontro com Deus.

No terceiro dia, relâmpagos, trovões e espessas nuvens cobriram o Monte Sinai. Um estrondoso som de buzina fez o povo sentir pavor. Dentro dos limites estabelecidos, Moisés levou o povo ao pé do monte para encontrar-se com Deus. O monte Sinai fumegava e estremecia tremendamente, pois o Senhor descera sobre ele em fogo e glória.

Ao ser chamado por Deus, Moisés subiu o Monte Sinai. Mais uma vez, Deus disse a ele para alertar o povo para não se aproximar do Monte. Quando desceu do monte, Moisés insistiu para que o povo se mantivesse dentro dos limites especificados para que não fosse consumido. Depois disso, em alta voz, dos altos céus, Deus proclamou os Dez Mandamentos, a lei da aliança entre Ele e o seu povo:

I –    Não terás outros deuses além de mim
II –   Não farás imagens de idolatria
III –  Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão
IV –  Lembra-te do dia do sábado para o santificar
V –   Honra o teu e a tua mãe para ter vida longa
VI –  Não matarás
VII – Não adulterarás
VIII – Não furtarás
IX – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo
X – Não cobiçarás coisa alguma do teu próximo

O povo, ao ver os trovões e os relâmpagos no monte, temeu e tremeu. Incompatíveis ainda com a santidade de Deus, o povo pediu a Moisés que falasse com eles e não Deus, pois temiam ser  consumidos pela glória do Senhor perfeita em santidade.

Os filhos de Israel optaram por permanecerem à distância de Deus, mas o Senhor convidou Moisés, Aarão, os filhos de Aarão, Nadabe e Abiu, e setenta autoridades para subirem o Monte Sinai. Mas somente Moisés teve o privilégio de aproximar-se  diretamente de Deus.

Em seguida,  Moisés dirigiu-se ao povo para transmitir-lhes as palavras e ordenanças do Senhor. Eles responderam que fariam tudo o que o Senhor ordenara. Moisés escreveu então tudo o que o Senhor lhes dissera.

Durante os sacrifícios de confirmação da aliança entre Deus e seu povo, Moisés colocou metade do sangue dos sacrifícios em tigelas e outra metade em um altar erguido para o Senhor. Logo em seguida, Moisés leu o Livro da Aliança e eles disseram que seguiriam fielmente as ordenanças do Senhor. Moisés então firmou aliança entre Deus e seu povo aspergindo sangue sobre o povo e dizendo: “Este é o sangue da aliança que o Senhor fez com vocês!”.

No alto do Monte Sinai, Moisés esteve diretamente com o Senhor durante quarenta dias e quarenta noites. Lá Deus escreveu em pedras as suas palavras reunidas nos Dez Mandamentos.

Porém, ao descer do Monte Sinai com as tábuas da lei da aliança para reencontrar o povo, Moisés viu os israelitas despidos celebrando um bezerro de ouro. Furioso, Moisés quebrou as tábuas da aliança, já que o povo violara o primeiro mandamento da lei: não terás outros deuses diante de mim.

Depois que os idólatras foram punidos e a paz foi restabelecida, Deus renovou a aliança com o seu povo. Moisés esteve de novo com o Senhor quarenta dias e quarenta noites no Monte Sinai em jejum. E descendo Moisés do Monte Sinai com as novas tábuas da aliança, os Dez Mandamentos, o povo viu a glória de Deus brilhando intensamente no rosto de Moisés.

Arão e o povo, ao olharem para Moisés, temeram aproximar-se. Mas Moisés os chamou e falou-lhes tudo o que Deus lhe ordenara no Monte Sinai. Depois disso, Moisés pôs um véu sobre o seu rosto e o tirava sempre que falava com Deus. Mas, ao falar com o povo, Moisés tornava a pôr o véu.

Da lei à graça, o propósito de Deus foi reaproximar-se dos homens e exortá-los a amá-lo e a amarem-se uns aos outros. Mas os limites do Sinai e o véu foram mantidos no rosto de Moisés, no tabernáculo e no templo pelos israelitas e pelos que, negando a graça, até hoje permanecem debaixo da lei.

Com a morte de Jesus,  o véu do templo rasgou-se de alto a baixo como sinal de que não haveria mais separação entre Deus e o seu povo. Essa nova aliança, não da lei, mas da graça, que se estende a todos os homens, pelo sangue de Jesus absolve todo homem da condenação do pecado por meio da fé manifesta no arrependimento e no retorno a Deus. Até hoje, porém, o véu persiste no coração das pessoas que permanecem debaixo da lei e só será tirado quando verdadeiramente se converterem a Deus (II Cor 3:15). 

Atividades

1. Deus estabeleceu limites para os Israelitas aproximarem-se dele e os véus de Moisés, do tabernáculo e do templo os separaram da glória de Deus. Com a vinda de Jesus os limites e os véus perderam o sentido. Como antes esses limites foram mantidos e hoje são recriados?


2. “Sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados” (Hb 9:7). Qual o significado do derramamento de sangue no Éden e  na primeira e na segunda aliança de Deus com o seu povo?

3.    Para você qual o significado de uma aliança com Deus?

4. Quais as diferenças entre antiga aliança mediada por Moisés e a nova aliança mediada por Jesus?

Reflexões
Aliança requer fidelidade! 
Sua Fidelidade resistiria à perseguição?